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Nutrição Clínica

É a área da nutrição cujas atividades do nutricionista são: prestar assistência dietética e promover educação nutricional de indivíduos, sadios ou enfermos, visando à promoção, manutenção e recuperação da saúde.

Obesidade

Desordem crônica de origem multifatorial que constitui um dos maiores problemas de saúde pública atualmente, epidemia mundial, mal do século XXI... como podemos conceituar a obesidade?   
 

De acordo com a OMS, “Obesidade é uma doença em que o excesso de gordura corporal acumulada pode atingir graus capazes de afetar a saúde.” E como afeta?

O acúmulo de gordura que extrapola os níveis físicos e psicológicos da pessoa, torna o seu corpo uma espécie de jaula que aprisiona e  leva o indivíduo a um isolamento social. Estudos a respeito do tema mostram que o obeso sofre mais preconceito que o negro no convício social. Isso é claramente percebido principalmente em crianças e adolescentes, que sofrem Bullying dos colegas nas escolas, e levam esse trauma para os restos de suas vidas
 

A Obesidade é um importante fator de risco para uma série de outras doenças como diabetes, hipertensão arterial, problemas cardíacos e circulatórios, depressão, câncer, dentre outras patologias.  O diagnóstico é feito com base em alguns dados clínicos, como: 

História familiar, evolução do peso, hábitos alimentares, fatores sociais, ambientais e psicológicos; 

Perímetro abdominal;

Percentual de gordura corporal;

Determinação da tensão arterial, dos níveis sanguíneos de lípidos e de glicose; 

Peso, altura: cálculo do índice de massa corporal (IMC).

O Índice de Massa Corporal. O IMC é obtido dividindo-se o peso (em quilos) pela altura (em metros) ao quadrado.

Abaixo há uma tabela com os valores do IMC e seus significados:
 

IMC

Diagnóstico

18,5   a   24,9  ......................................

Peso normal

25   a   29,9  .........................................

Sobrepeso

30   a   39,9  .........................................

Obesidade

≥   40  ...................................................

Obesidade mórbida

 

É importante ressaltar que este método de classificação não se aplica a atletas e praticantes de atividades físicas que têm um aumento de massa muscular. Nesse caso, o percentual de gordura vai servir como base de diagnóstico.  

 

Tratamento
 

A primeira coisa que é importante deixar claro para o tratamento da obesidade, é que não existe milagre. Até que se provem o contrário, você nunca irá dormir gordo (a) e acordar magro (a). Hoje no mercado de suplementos existe uma extensa gama de produtos que prometem resultados extraordinários, com pessoas que conseguem perder peso de forma muito rápida, apenas com o uso de determinado suplemento. Produtos e dietas milagrosas estão em todas as partes. A indústria da perda de peso movimenta hoje valores milionários. Na grande maioria das vezes, nada mais é do que uma propaganda enganosa, que levam as pessoas leigas no assunto a acreditar que esses produtos resolverão o seu problema.  Pura enganação. A verdade é que poucos suplementos podem ter uma ação efetiva.  Mesmo assim, tendo como base uma alimentação balanceada e a prática regular de atividade física. O segredo está no conhecimento do assunto e no acompanhamento por profissionais sérios e capacitados. Ao considerar a etiologia da Obesidade como multifatorial, envolvendo os aspectos genético, ambiental, psicológico, social, endócrino e metabólico, seu tratamento envolve diferentes áreas de conhecimento. 

Existem cinco pilares no tratamento da obesidade que são indispensáveis e precisam caminhar sempre juntos: o tratamento e acompanhamento nutricional (reeducação alimentar, pois somos muito mal educados quando o assunto é alimentação); o tratamento médico (intervenção medicamentosa e cirúrgica quando necessário); a orientação psicológica (tendo como base a mudança comportamental); a atividade física; e a iniciativa e vontade do próprio paciente em querer mudar de vida (a perda de peso está muito mais além do que simplesmente ver o ponteiro da balança baixar). 

Através dos atendimentos especializados, o paciente poderá conscientizar-se sobre suas responsabilidades e implicar-se no processo, entendendo que a obesidade é uma doença que envolve muitos fatores e deve ser tratada sob diferentes parâmetros. 

Dislipidemias

As Dislipidemias são níveis elevados de triglicérides e/ou colesterol no sangue.  Representam um importante fator de risco para o desenvolvimento de lesões ateroscleróticas que podem causar a obstrução parcial ou total do fluxo sangüíneo. É também um importante fator de risco para derrames cerebrais, infarto do miocárdio, fazendo com que essa doença apresente altos índices de mortalidade.

As dislipidemias podem ocorrer da seguinte forma: 
 

Aumento do colesterol (Total + LDL): Hipercolesterolemia isolada; 
 

Aumento dos triglicérides: Hipertrigliceridemia isolada; 
 

Aumento de colesterol e triglicérides: Dislipidemia mista. 
 

É causada quando se ingere uma alimentação rica em colesterol e gorduras, quando o organismo produz colesterol e triglicérides demais ou ambas as situações. 

No caso da hipertrigliceridemia isolada, a ingestão excessiva de alimentos ricos em carboidratos (doces, alimentos com açúcar, massas em geral) e álcool também favorecem o desenvolvimento da doença, uma vez que o excesso desses alimentos na dieta se convertem em gordura no organismo.  

Você pode ter dislipidemia por estar com aumento de peso, ter dieta inadequada, ser sedentário, tabagista e estresse elevado. Entretanto, também pode ocorrer mesmo não tendo nenhum destes fatores de risco, mas por questões genéticas. Pode ainda ser causada por outras doenças que interferem no metabolismo como diabetes mellitus, hipotireoidismo, etc., ou pelo uso de alguns medicamentos como corticóides. 

É uma doença assintomática, ou seja, a pessoa não apresenta sintomas. O diagnóstico é realizado através de exames laboratoriais.
 

Prevenção
 

A prevenção da dislipidemia deve ser iniciada ainda na infância, através de hábitos saudáveis de vida como:

  • Combater o sedentarismo: praticar esportes, caminhar, ter uma vida ativa. A prática regular de exercício aeróbico aumenta o HDL e reduz o triglicérides;

  • Manter o peso ideal: combater a obesidade contribui para o aumento do HDL, redução do triglicérides e melhora do controle da pressão arterial;

  • Abandono do tabagismo;

  • Mudança de estilo de vida. 

 

Dicas Nutricionais
 

A alimentação é um fator que vai interferir diretamente no tratamento das dislipidemias. Mudanças na escolha, no preparo e nas quantidades dos alimentos, além de substituições, devem ser adotadas tanto na prevenção como no tratamento da dislipidemia.
 

Prefira:

  • O consumo de alimentos que contenham ômega 3 (linhaça, chia,  sardinha, salmão, óleos de soja e canola);

  • Hortaliças, frutas, verduras, carnes magra, preferencialmente branca;

  • Leite e iogurte desnatados, queijos magros como ricota ou minas fresco;

  • Os óleos vegetais (exceto o de coco, cacau, dendê e babaçu);

  • Cereais integrais.

 

Evite:

  • A gordura aparente das carnes, pele das aves e couro dos peixes;

  • Embutidos (mortadela, salsichas, presunto, salame);

  • Manteiga e margarinas comuns (substituindo-as por produtos com 0% de gorduras trans e com percentual baixo de lipídios);

  • Cozinhar utilizando banha de porco;

  • Gema de ovo, carnes vermelhas, miúdos de animais, charque e bacon;

  • Leite integral, queijos com gordura integral (amarelos ou cremosos) e iogurte natural;

  • Alimentos preparados com gordura saturada como bolos, massas, pudins;

  • Frituras, salgadinhos, sorvetes, creme de leite, sopas cremosas.

Diabetes

Conceituada não como uma doença, mas como um grupo de doenças metabólicas caracterizado por hiperglicemia resultante de defeitos na secreção e/ou na ação da insulina (The Expert Committee on the Diagnosis and Classification of Diabetes Mellitus, 2000), a Diabetes é um dos maiores problemas de saúde pública atualmente, sendo a 4ª maior causa  mortes em todo o mundo. A prevalência média de diabetes está em aproximadamente 10% da população mundial - de acordo com a OMS - embora em muitas regiões, como as ilhas do Pacífico, esse valor chegue a 33%. Caso não tenha tratamento adequado, a diabetes é causa de doença cardiovascular, cegueira e insuficiência renal e neuropatias. 
 

No Brasil, a estimativa do número de diabéticos é de 12.054.827 (doze milhões, cinqüenta e quatro mil, oitocentas e vinte e sete pessoas), ou 6,2% da população (Sociedade Brasileira de Diabetes, 2012) e o número de casos novos vêm aumentando assustadoramente a cada ano.  Só para se ter uma idéia,  são cerca de 250 mil casos novos diagnosticados por ano. Isso porque, aproximadamente 50 % das pessoas com diabetes desconhecem a doença. 

 Diabetes pode ser classificada como: 
 

Diabetes tipo I – o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina. A instalação da doença ocorre mais na infância e adolescência e é insulinodependente, isto é, exige a aplicação de injeções diárias de insulina;
 

Diabetes tipo II – as células são resistentes à ação da insulina. A incidência da doença que pode não ser insulinodependente, em geral, acomete as pessoas depois dos 40 anos de idade;
 

Diabetes gestacional – ocorre durante a gravidez e, na maior parte dos casos, é provocado pelo aumento excessivo de peso da mãe;
 

Diabetes associados a outras patologias como as pancreatites alcoólicas, uso de certos medicamentos, etc.
 

Sintomas
 

  • Aumento do apetite;

  • Alterações visuais (visão turva);

  • Poliúria – a pessoa urina demais e, como isso a desidrata, sente muita sede (polidpsia);

  • Impotência sexual;

  • Infecções fúngicas na pele e nas unhas;

  • Feridas, especialmente nos membros inferiores, que demoram a cicatrizar;

  • Neuropatias diabéticas provocada pelo comprometimento das terminações nervosas;

  • ​Distúrbios cardíacos e renais.

 

Fatores de risco
 

  • Obesidade (inclusive a obesidade infantil);

  • Hereditariedade;

  • Falta de atividade física regular;

  • Hipertensão;

  • Níveis altos de colesterol e triglicérides;

  • Medicamentos, como os à base de cortisona;

  • Idade acima dos 40 anos (para o diabetes tipo II);

  • Estresse emocional.

 

 

Tratamento
 

O tratamento do diabetes deve ser feito com base em um acompanhamento multidisciplinar, e vai depender do tipo e do grau em que a doença se encontra. Para viver com qualidade, as pessoas com diabetes devem tomar seus medicamentos conforme indicação médica, ter uma dieta pautada nos princípios de uma alimentação saudável (que pode variar de pessoa pra pessoa), praticar atividades físicas e visitar regularmente os profissionais que o acompanham.

O acompanhamento nutricional individualizado é de extrema importância para que se tenha um controle glicêmico adequado. Isso vai favorecer muito para diminuir as doses de medicamentos. Fazer um acompanhamento nutricional, não significa que a pessoa tenha que abrir mão dos deleites que a alimentação proporciona. Muito pelo contrário. O profissional em nutrição vai ensinar como saber driblar as dificuldades do dia a dia, sem que se perca o prazer em se alimentar. Portanto, é fundamental que o diabético esteja sempre em dia com seu nutricionista.  

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